quarta-feira, 5 de agosto de 2009

O dia amanheceu e eu preciso ir embora. O ontem ficou para trás, virou lembrança.
Eu vou sentir sua falta, mas prefiro não me despedir. Por quê será que a gente nunca aprende a dizer adeus?
Bom, eu prefiro sair assim, de fininho, e deixar um ponto continuativo nessa nossa história, para que permaneça em mim ao menos a certeza de que algo entre nós teve continuidade e pensar que talvez algum dia, enquanto eu viver, vou poder retomar tudo que deixo agora.
No meu coração sempre haverá um espaço para ti. Mas nesse lugar em que vivo, não caibo mais. Meus sonhos vão além deste mundo que construímos.
Se tiver coragem, venha comigo, minha mão vai estar sempre estendida para ti. Caso contrário, com o vazio da tua falta em mãos, eu apenas acenarei.
Não vou olhar para trás para não remoer o que tenho de mais bonito, tornanto tudo resquícios de vida. Só te peço que não sofra, que não chore. Não deixe que os ventos da primavera levem esse teu sorriso. Faça de tudo, cotidiano. Apenas não se acostume com minha ausência.
Se sentir saudade, ligue. Se quiser desabafar, escreva. Se a ferida latejar, não sinta raiva, apenas sinta...


...Um dia eu volto pra buscar meu coração.

Para que oceano meus passos perdidos estão indo?
Eu ando, mas não sei pra onde...
Sem você, perdi o rumo, mas não parei de andar.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Para Matheus.

O mundo girava e eu, sempre tão atenta a mim mesma, apenas observava o meu mundo que permanecia ali, intacto, parado pra você.
Quase que hipnotizada, eu andava. Meus olhos sempre para você. Meus sentidos sempre em você. Era incrível como eu me sentia completa e como minha exatidão dependia tanto de ti.
Mas essa depêndencia não me era incômoda. Por você, eu tinha começado a não me importar com certas coisas. Nem o fato de te ter tão longe importava, porquê a todo momento eu te sentia tão perto. Fiz do meu coração, teu abrigo. De um simples sorriso seu, minha paz.
Mas você se foi, amor. Você foi embora, pra longe de mim. Só agora eu acordei e vi que sim, o mundo gira. Agora eu vejo a diferença.
Você tão diferente do poeta que me tocava. Eu, tão incompleta. Nós dois, tão descompassados.
Dizer que não te amo mais seria preciptar acontecimentos e subestimar a vida. Vida esta que você já foi tão presente e, por livre e espontânea vontade, saiu batendo a porta, sem ao menos dizer adeus.
Só que eu fiquei aqui, querido. Nessas paredes ficaram nossas histórias. Nessas portas, o som da batida anunciando que talvez tenha tudo se acabado, mas nada concreto, apenas um "talvez". Por essas janelas entram os ventos que te levaram e, quem sabe, te tratão de volta. E, dentro de mim, ficou essa alma inquieta aguardando qualquer sinal de mudança.
E eu permaneci a te esperar, até perceber que nada mudaria. Eu estava solta no vazio da espera, e teria que recomeçar tudo.
Atribuir novos significados ao que já me era conhecido. Colorir o que estava obscuro e abrir os olhos ao que eu, tão cega, já não enxergava mais.
No silêncio, redescobri a paz. Na amizade, meu refúgio. No lágrima, renovação. Em ti, passado.
Recomeçar dói, mas é preciso sangrar às vezes.



quarta-feira, 22 de julho de 2009

Venha, antes que seja tarde. Eu ainda não coloquei um ponto final nesse capítulo da minha vida e ainda existem muitas folhas em branco a serem preenchidas.
Sinceramente, queria preenchê-las com coisas bonitas sobre nós dois e, se não for assim, que não seja. Coloco meu ponto final e vou direto ao próximo capítulo. Talvez eu olhe pra trás, talvez eu releia folha por folha e, com certeza, queira consertar alguns erros. Mas agora isso é impossível. Finalizei esse capítulo e para corrigi-los só no próximo.
Não ter a certeza de que seu nome estará presente nessas linhas que a partir de hoje transcreverei e não saber que essa folha em branco vai guardar um pouco de você, me angustia.
Mas tudo bem, não vou perder o traquejo. Vou continuar escrevendo e continuar no meu compasso. Eu tenho uma vida, eu tenho um sonho e uma vontade de viver sufocante.
Apesar de tudo, existem folhas a serem escritas e sempre um novo capítulo. Com você, ou sem você, a vida continua. Com caminhos tortuosos, idas e vindas, chuvas e tempestades, mas continua.
Não vou lamentar o que se perdeu, porque no fundo nada se perdeu: tudo ficou pra trás. É como ver um album de fotografias antigo. Você sente saudade, vontade de reviver, se sente anestesiado, mas nada pode ir além disso.
Incrível como o tempo passa e como somos tão diferentes no olhar. Mas tá tudo certo. Eu vou mudar, você também. Fiquemos na esperança de viver outro capítulo, um diferente e, quem sabe, melhor. Mas agora a chuva está caindo lá fora e já é hora de dormir. Só queria dizer "Tchau!", antes de encerrar as minhas ultimas considerações sobre tudo isso, porquê agora eu retomo meu lugar na cena. Viro protagonista do espetáculo que é a minha vida e você retoma seu lugar de coadjuvante.
Sabe, assim como no teatro, a vida tem dessas: um dia você é espectador, n'outro dia é protagonista.
Sinto muito, mas acho que agora é hora de você me ver brilhar sozinha.

terça-feira, 21 de julho de 2009

No final, todo mundo sabia que ia acabar assim. Eu sabia, você sabia. Com todos os riscos, tentamos. Não deu certo, enfrenta.
A vida é isso mesmo. Alegria repentina, desgosto inesperado. Um filme exato, mas nem sempre um final feliz. Vontade de ir embora, vontade de ficar. Se fazer notar, mas na maioria das vezes querer sumir. Caminhar triste, olhar pra frente. Estrada desconhecida, saudade de por onde se andou.
A vida é isso: O tempo passa. Os laços se rompem, fica só o postal. Uma assinatura meio rabiscada, uma frase "Sinto sua falta". A melancolia. O gosto. As fotos.

No fim, a falta.

sábado, 4 de julho de 2009

Preciso de alguém, que não sei ao certo quem.
Preciso de uma mão estendida para que eu não me afogue nessa correnteza que tem me puxado e eu, já sem forças, me deixo ser levada.
Preciso de uma razão e mais leveza de vida. Mais cor, mais ritmo, mais forma.
Acumulam-se os dias e eu desaprendi a canção. Seria lindo aprendê-la de novo. Seria lindo virar o jogo. Mas as coisas lindas não acontecem com muita frequência.
Uma vez eu quis ser a paz de alguém. Mas fui desencontro. Remexi o que estava quieto e agora me sinto revirada.
Mas um dia a gente se reconstrói, amigo. Um dia a gente aprende a aceitar o que nos foi dado. Um dia a gente para de ter tanta sede de vida e aprende a degustá-la, como tem que ser.
Aprende a não parar, não fraquejar, não temer, enfrentar.
O mundo não pára por nós. Ninguém pára.

"Quando você não tem amor, você ainda tem as estradas."

É isso.

sábado, 9 de maio de 2009

E de que me importa agora? Você está aí, eu aqui. Existe apenas esse espaço que nos separa e nenhuma chance de mudança. Nem a esperança, antes tão companheira, nos estende a mão neste momento.
Sim, eu cheguei a acreditar que um dia, não importa quando, nós íriamos ficar juntos e construiríamos uma vida linda. Mas essa crença fácil a que eu me apegava nas horas de medo me abandonou.
Hoje sou eu e nada mais. Sou esse coração que caminha sozinho em busca de alegrias que não mais se juntam às tuas. Nós nos completávamos, mas ultimamente tenho sentido que eu me faço completa sozinha.
E o que fazer? Nada. Apenas esperar que o tempo se encarregue de nos conduzir a algum lugar. Um lugar onde eu possa encontrar um alguém que represente tudo que você respresentou um dia pra mim. Um alguém com quem eu possa dividir planos e promessas utópicas de um amor eterno.
Nada foi em vão, meu querido. Por mais que você pense assim, não foi. Nós nos eternizamos um no outro. Eu nunca vou te esquecer, assim como você também não. Mais sólido que o amor, são as lembranças que o cristalizam. E as suas lembranças, as melhores da minha vida, estão aqui, dentro de mim, sólidas, indestrutíveis, mas ainda assim, apenas lembranças.
O tempo passou e nós passamos do ponto. Eu olhava através dos seus olhos, mas hoje vejo beleza além das paredes do meu quarto.
Tenho sentido o frio na barriga de quem consegue tocar o desconhecido e o inimaginável e isso me excita cada vez mais.
Tudo que vivemos foi maravilhoso, mas tenho tido necessidade de me renovar. Tenho me sentido vazia, um vazio que me completa e ao mesmo tempo, de tão esvaziado, se aperta e dói.
Por isso, sem mágoas, sem ressentimentos, vamos caminhar em frente. Não mais juntos, não mais pelos mesmos trilhos, mas sempre em frente.
E, por favor, não sinta raiva. De tudo sempre sobra algo bom. De nós, sempre o melhor.