domingo, 21 de setembro de 2008

É tudo tão diferente do lado de cá. As pessoas parecem não notar tamanha diferença, mas eu, eu sim noto. Anda tudo tão fora de lugar, tudo tão desarrumado, não entendo.
Mas, no fundo, sei que as coisas não são assim. Sei porque eu já consegui tocar em outro ângulo, já consegui ver outras estradas além desta em que me encontro e, garanto, é tudo tão mais lindo por lá.
Não sei em que momento mudei meu rumo, mas mudei e isso é um fato. Não sei como as coisas tomaram proporções desse nível. Não sei, não sei. Queria ter respostas para tantas dúvidas, mas me resta a certeza e, de certa forma, o alívio de saber que as coisas não são assim.
A vida é linda. A vida tem cheiro de terra molhada, tem som de gargalhadas e uma fisionomia sublime. É cheia de contra-tempos, cheia de incertezas, cheia de reticências, mas a beleza dela se esconde exatamente por trás dessas coisas. Meio paradoxal, eu sei, mas é deste jeito.
O único problema é me sentir fora desse ciclo. Esse ciclo que nos dá cada vez mais vontade de viver. Esse esquenta, esfria. Acalma, inquieta. Normaliza, desmorona.
Mas o que enxergo agora são privações. Privações sim, porque acabo de perceber que ando me privando da vida. Mas a vida não permite privações.
Ei, quem te deu o direito de ser assim?Quem te permitiu ser cruel?! Será que isso está implícito no seu ser ou você fala sem pensar? Não importa! Foi cruel do mesmo jeito!
E, dessa vez, a faca cravou forte no meu peito, deu até um estalo e, por incrível que pareça, a dor não foi carnal.
As palavras doeram, mas vindas de você doeram ainda mais.
Por que age assim? O que eu te fiz? Me conte!
Venho aqui de braços abertos, peito limpo, cheia de vontade e você me recebe com tamanho desdém.
Sim, doeu. Doeu porque eu pensei que você sabia dar a devida importância a mim, doeu por perceber que você não percebe sua essencialidade.
Dor, dor, dor...será que alguém pode ser só dor? Ser, não sei, mas estou sendo.
E agora você me entende? Entende onde eu quero chegar? Será que, pela primeira vez, te toquei? Não, penso que não. Até porquê até agora eu tinha pensado que te conhecia e que você me conhecia, mas depois de tudo o que me cerca é um mar dúvidas. Entro num lugar cheio de incertezas e de mãos dadas com a tristeza.
Por que você fez isso? eu te admirava, eu te louvava, eu te amava tanto. Amava? Amo!
Amo porque meu amor independe dessas coisas, sobrepõe qualquer discussão, qualquer ofensa, qualquer xingamento.
Sim, você me magôou. Mas, de quê me importa? Estou ferida, mas já vai cicatrizar!
Agora o que me importa é o que está por vir. E, a propósito, como ficamos?
Bela pergunta!
Mas, possuo uma ainda melhor: O que a vida tem feito com nossas vidas?
Aguardo resposta!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sinto-me fracassada.
Talvez "fracasso" não seja a palavra certa a se usar. Porém, no rio de desgostos, confusões e medos em que me vejo cercada, as palavras tomam dimensões avassaladoras e, a partir deste momento, vejo que fracasso é a palavra mais sútil que posso usar.
Eu sei, sou mais forte que isso. Sei que posso nadar contra a maré, sei que posso buscar sentido em outras coisas e, por fim, me sentir melhor.
Mas o que me falta é isso, o que me falta é sentido. Ou talvez me sobre, não sei.
Agora sinto que o "talvez" me ronda e não há dúvida mais inquietante do que um "talvez".
Pois o talvez pesa.
E, se eu conseguir o sentido, cadê a coragem?
Como ter coragem para seguir um caminho, se meu maior medo é do que estar por vir?
Tantos "poréns" me rodeiam...
Na verdade, queria apenas um, um sopro de esperança que me dissesse: calma, vai dar tudo certo!
E dessa vez, como se um anjo falasse comigo, eu ouviria e ficaria tranquila.